Cascas de frutas exóticas (litchi chinensis e nephelium lappaceum) valorização e sustentabilidade

Autores

  • Ana Vinha FP-3ID, Instituto de Investigação, Inovação e Desenvolvimento da Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal, LAQV/REQUIMTE, Departamento de Ciências Químicas, Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto, Porto, Portugal.
  • Clemente Ferchal Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, Faculdade Ciências da Saúde, Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal.
  • Carla Sousa FP-3ID, Instituto de Investigação, Inovação e Desenvolvimento da Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal, LAQV/REQUIMTE, Departamento de Ciências Químicas, Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto, Porto, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.46691/es.v2i31.19

Palavras-chave:

Litchi chinensis, Nephelium lappaceum, subprodutos, aporte nutricional, compostos bioativos

Resumo

Lichia (Litchi chinensis) e rambutã (Nephelium lappaceum) são frutas exóticas provenientes da Ásia, recentemente introduzidas na Europa. Com o aumento da produção mundial destes frutos, muitos subprodutos são desperdiçados durante o processamento industrial, incluindo-se as cascas não edíveis dos mesmos. Para além do aporte nutricional reconhecido, pensa-se que os compostos bioativos presentes nestes subprodutos sejam os responsáveis por diversas atividades biológicas, tais como, antioxidante, anti-inflamatória, antineoplásica, anti-glicémica, antimicrobiana, entre outras. O objetivo deste estudo visou determinar e comparar o aporte nutricional e conteúdo dos compostos bioativos, nomeadamente, fenólicos e flavonoides totais, das cascas não edíveis destes frutos no sentido de as valorizar e fomentar o seu uso em possíveis aplicações na indústria alimentar, farmacêutica e cosmética. Pela análise nutricional das cascas estudadas foram determinados os teores de humidade, cinzas, proteína, gordura total e hidratos de carbono, recorrendo a métodos estabelecidos pela Association of Official Analytical Chemists (AOAC). Os teores de proteína variaram entre 2,0 e 7,4 g/100 g, sendo as cascas de rambutã a amostra com teor mais elevado. O teor de gordura total nunca excedeu os 1,8 g/100 g nas duas amostras estudadas e o teor de minerais das cascas de rambutã mostraram-se elevados (4,5 g/100g). Os hidratos de carbono obtidos nas duas amostras, os quais incluem a fibra dietética, variaram entre 76,8 e 83,3 g/100 g, não tendo afetado, de forma significativa, o valor energético total. No que toca aos compostos bioativos, verificou-se que as cascas da lichia apresentam teores superiores de fenólicos e de flavonoides totais (1578,0 mg EAG/g e 55,1 mg EC/g, respetivamente) relativamente às de rambutã, observando-se diferenças significativas (p<0,05) entre as amostras. Os teores de fenólicos totais foram superiores aos teores de flavonoides totais, observando-se uma concordância com outros estudos já publicados. Este estudo mostrou o elevado potencial das cascas não edíveis de frutos cujo consumo tem vindo a aumentar, como ingredientes ativos para diferentes produtos, como alimentos, produtos farmacêuticos ou cosméticos.

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Publicado

2023-05-05

Como Citar

Vinha, A., Ferchal, C., & Sousa, C. (2023). Cascas de frutas exóticas (litchi chinensis e nephelium lappaceum) valorização e sustentabilidade. Egitania Sciencia, 31(2), 55–73. https://doi.org/10.46691/es.v2i31.19